Ricki é vocalista da banda de
rock The Flash. Até aí nada demais, não é mesmo? Acontece que Ricki já é uma
senhora pra lá dos 50 anos de idade e é a única mulher da banda, formada por caras igualmente ~maduros~. E como se não bastasse, Ricki é interpretada por nada
mais nada menos que Nossa Senhora Meryl Streep. Wow.
Ricki and The Flash conta a história dessa moça que trabalha como
caixa de mercado de dia e segue o sonho de ser uma rockstar à noite, tocando em
bares com sua banda. Eles tem um público cativo, mas não chegam nem perto de
ser uma grande sensação da música. Tudo vai bem até o dia em que Ricki recebe
uma ligação de seu ex-marido pedindo que ela vá ver a filha, que acaba de se
divorciar do marido. E é aí que tudo começa.
Chegando na casa do ex, Ricki se
depara com uma filha completamente crescida que ela não via há anos e
absolutamente devastada. Seu ex-marido a chamou porque não sabia mais o que
fazer. Aos poucos Ricki vai percebendo que o divórcio foi apenas a cereja do
bolo e o buraco é bem mais embaixo quantas analogias, ao mesmo tempo em
que tenta se reaproximar dos filhos e fazer as pazes com o passado.
slay queen |
Quando eu ouvi falar que Meryl
Streep ia fazer uma roqueira veterana no cinema eu pensei “bom, Meryl Streep
pode fazer qualquer coisa, não é mesmo?”. E depois comecei a imaginar como
seria o filme, achando que contaria a história de uma banda qualquer, regada a
muito sexo, drogas e, claro, rock’n roll. Mas como eu estava enganada. Ricki
and The Flash vai muito além disso.
Conforme vamos entrando na vida
de Ricki e de sua família, algumas coisas vão se encaixando, como o porque de
seus filhos a odiarem, como ela se sente em relação a isso e também o que está
realmente acontecendo com Julie, sua filha (interpretada por Mamie Gummer, filha
de Meryl Streep na vida real também). É muito bonito e doloroso ver Ricki
tentando criar algum tipo de relacionamento com os filhos, que a desprezam por
tê-los abandonado quando crianças para ir atrás de seu sonho.
olha esse filho da Ricki......... |
Ao mesmo tempo, você meio que
entende o ponto de vista deles, visto que ela deliberadamente escolheu não
estar presente em momentos importantes de suas vidas. Porém, Ricki levanta um
ponto importante: o que se espera de uma mãe e, consequentemente, da mulher.
Mick Jagger tem uma penca de filhos e mesmo assim é um rockstar. Mas será que
as mães desses filhos tem o mesmo direito? É claro que não. Ricki foi condenada
por seus entes queridos por fazer aquilo que tantos homens fizeram antes dela
sem causar nenhum reboliço.
Eu achei interessante como o
filme começou de uma forma sutil, parecendo exatamente o que eu esperava que
ele fosse ser, e de repente foi crescendo, crescendo até o ponto em que tudo
explode na sua cara e você fica lá sentindo all the feels. E isso tudo sendo
sensível e engraçado ao mesmo tempo. Eu acabei gostando muito mais do que se
tivesse sido só mais uma história de banda, o que me surpreendeu.
Mas é claro que a música também
está lá. Meryl Streep tem uma voz divina (sinceramente, alguém ainda tinha
dúvida??? Essa mulher é uma deusa) e mesmo que por algum acaso do destino você
não goste do filme acho difícil, mas vai que, tenho certeza que vê-la
cantando Bad Romance (!!) vai valer a pena.
Ricki and The Flash é uma história sobre música. Também é uma
história sobre amor, perdão e sobre seguir os seus sonhos. Mas acima de tudo, é
uma história sobre família.
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