domingo, 7 de agosto de 2016

A Cinderella e a vespa



Venho por meio deste dar seguimento ao meu trabalho de divulgadora da Netflix porque descobri a pior/melhor coisa da plataforma. Caso você tenha baixa tolerância a coisas tão ruins que chegam a ser boas, prossiga com cautela.

Como eu cresci nos anos 90/00, filmes que se passam em Roma são um PARAÍSO, afinal de contas, meu caráter foi moldado por Sabrina Vai à Roma, Lizzie McGuire – Um Sonho de Popstar e Férias em Roma. Ou seja: qualquer indício de uma mísera VESPA é o suficiente pra eu embarcar em algum filme/série. E foi assim que fui parar em Uma Cinderela em Roma. Devo ressaltar que me surpreendi MUITO, mas, talvez não pelos motivos certos...

i can't even
Aurora vem de uma família musical. Seu pai é um famoso maestro que a incentiva muito e sua mãe, que morreu quando ela nasceu, tentou uma carreira no piano. Assim, ela sonha em se tornar uma grande pianista. Prestes a sair em turnê, o pai de Aurora se vê praticamente obrigado a casar com a governanta da casa, que ameaçava deixar o emprego, o que faria com que Aurora ficasse sozinha. Ela é mãe de duas garotas mais ou menos da idade de Aurora. Nenhuma delas é muito agradável, mas não causam maiores problemas à Aurora. Mas as coisas começam a mudar quando o pai de Aurora falece de repente, deixando muitas dívidas. Assim, a madrasta transforma a mansão em um hotel e obriga Aurora a trabalhar lá (sem receber nada por isso, é claro).

Nesse meio tempo, Aurora conhece o vizinho da casa ao lado, garoto que vem de família nobre e tem o sonho de ser escritor. Ela se apaixona por ele, mas logo ele e toda a família deixam a casa e ela teme nunca mais vê-lo. Conforme os anos passam, Aurora vai contando os dias para fazer 21 anos e finalmente receber seu trust fund, criado por seu pai antes de morrer. Com o dinheiro ela será capaz de deixar o hotel e perseguir seu sonho. Em meio a tudo isso, alguém se muda de volta para a casa ao lado e o hotel recebe uma excêntrica hóspede... 

 
A história é ótima, né? Toda essa vibe italiana, anos 50, música etc. A premissa é adorável, mas a execução não é das melhores. Os atores da primeira fase da série são SOFRÍVEIS e, embora a segunda fase tenha um nível melhor de atuação, o texto fraco acaba prejudicando, um pouco, mesmo os mais experientes. Fora isso, por vezes a história fica um pouco confusa e as coisas acontecem muito rápido, quase se atropelando. Esse é o momento em que você deve estar se perguntando então por que você tá indicando isso pra gente, Mariana? PORQUE É TÃO RUIM QUE CHEGA A SER BOM!!!!!!!!!!!!!

Eu não sei vocês, mas eu AMO assistir coisas ruins. Se tiver efeito especial mal feito, imagem ruim, atores péssimos e afins eu tô lá. Afinal, esse é o charme do negócio. Nesse caso, eu achei a premissa GENIAL e resolvi dar uma chance já esperando uma decepção. Mas quando vi que o nível não ia ser dos melhores eu AMEI DE CARA!!!!! Os atores não são dignos de Oscar, a fotografia deixa a desejar, o texto é péssimo etc etc. É tudo tão errado que o nome da Cinderela é Aurora, sendo que esse é o nome da Bela Adormecida! Mas é uma série que tem coração e é tão divertida que acaba valendo a pena. 

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THE CHEMISTRY
É claro que nem tudo é ruim. A Cinderela e o príncipe têm personalidade!!!! Aurora não é aquela mocinha mosca morta que estamos acostumados a ver por aí. Ela se impõe à madrasta quando necessário, corre atrás de seus sonhos e ainda arranja tempo pra ser bondosa. Já o príncipe tem todo um plot envolvendo sua família e sua verdadeira vocação. E a química dos dois... <3 Além disso, a forma como os principais elementos do conto original, como a fada madrinha, o baile e os ajudantes da Cinderella, foram adaptados para o cenário e época escolhidos foi sensacional.

No mais, não podemos esquecer de Roma, não é mesmo? Temos as ruas estreitas, a feira, o Cinecittá (!!!), o rio Tibre e, é claro, as vespas. Aliás, uma Cinderella andando de vespa!!!!!!!! How cool is that? (inclusive voto pelo nome da série mudar pra A Cinderella e a Vespa) Fora todo o figurino anos 50, coroado pela roupa de baile de Aurora, que a Deusa abençoe. A trilha sonora também não deixa a desejar, variando da música clássica a um pop bem delicinha. Ah, e o príncipe é a coisa mais linda. 

meus próprios filhos
Uma Cinderella em Roma é uma minissérie em apenas dois episódios de 90 minutos e está toda disponível na santa Netflix. É péssima, mas também é maravilhosa, divertida, tocante e envolvente. Assistam e por favor não me matem <3