Venho por meio deste finalizar a
maratona de Oscar de Melhor Filme de 2016 e ainda estou chocada. Eu venho
tentando fazer isso (assistir todos os filmes do Oscar) desde 2009. E esse ano,
pela primeira vez, consegui! É muita emoção, chego a ficar com os olhos
marejados.
No primeiro post, eu falei sobre
os filmes que mais gostei. Já esse aqui vai ficar com os que eu achei mais
fracos. Na verdade em gostei bastante de Room, mas como queria dividir os posts
bonitinhos, ele acabou caindo nesse aqui. #prioridades
Um advogado americano aceita
defender um espião soviético capturado nos States. Ele acaba sendo enviado para
Berlim para negociar a troca desse espião por um americano, feito prisioneiro
por lá.
Gente. Pra que? Eu sei que é um
filme sobre Guerra Fria e a Academia adora isso etc etc... Mas parece até filme
de Sessão da Tarde (embora tenha que ser bastante picotado pra passar nesse
programa, pois duas fucking horas e meia), daqueles que você assiste hoje e
amanhã nem lembra mais. Eu demorei uns dois dias pra ver esse filme inteiro
porque eu simplesmente não conseguia ver mais de meia hora seguida. Esse é o
nível. A única coisa boa que posso apontar é que, pela primeira vez, eu vi um
filme americano que não tenta vilanizar um espião soviético e achei isso muito
legal. O ator que faz esse espião, Mark Rylance, foi até indicado a Melhor Ator
Coadjuvante (embora eu ache que não tenha sido pra tanto). Mas no mais, nada me
agradou.
The Big Short
?????? |
Uns caras brancos veem, antes de
todo mundo, que o mercado imobiliário está criando uma bolha na economia
americana e decidem apostar contra ela, porque percebem que tudo vai
desmoronar.
Gente...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!!! O objetivo desse filme é facilitar o nosso
entendimento sobre a crise de 2008, que quebrou os EUA e o mundo etc. Mas eu
cheguei ao final dele sem entender bulhufas???? Não sei se todo mundo que
assistiu também continuou na mesma ou se foi só porque eu fiquei com uma
preguiça eterna desse filme e então criei uma certa resistência quanto a ele,
são questões. Só sei que detestei tudo: os ângulos esquisitos de câmera, os
famosos explicando as coisas complicadas (aparece tipo a Selena Gomez como ela
própria explicando as coisas pro público, quebra da quarta parede etc), as
perucas MUITO ruins etc. Mas tem atuações legais: o Christian Bale foi indicado
a Melhor Ator Coadjuvante também e o Steve Carell estava ÓTIMO, mas não foi
indicado a nada, achei sacanagem. Ah, esse filme contém um elevado teor de
homens brancos por metro quadrado, apreciem com moderação.
Mad Max
ponto alto do filme |
Sinceramente, não sei como
explicar direito qual é a desse filme, mas como já vi algumas pessoas dizendo
pela internet: é só um bando de gente suja e esquisita correndo pelo deserto.
Pra começar: que fique claro que
eu não gosto de filmes de ação. O máximo que eu consigo tolerar é filme de
espião (que na verdade eu amo) e só. Esses filmes que tem perseguição de carro,
tiro, porrada e bomba não são minha praia. Dito isto, fica fácil perceber porque
achei Mad Max tão meh. VEJAM BEM: É UM BOM FILME. Simplesmente não é o tipo de
coisa que eu gosto. E uma coisa que me deixou especialmente incomodada foi que
achei as coisas muito mal explicadas. Grande parte da minha geração (arrisco
dizer a maioria dela) não assistiu os outros filmes da franquia, então não
achei legal simplesmente jogar um Max todo corroído pelo passado sem que nós
saibamos que passado é esse. Mas gostei das moças que dirigem carros e atiram
em bandidos e gostei mais ainda que um filme com um núcleo feminino tão forte
tenha sido indicado ao prêmio de Melhor Filme. Ah, tem um cara tocando uma
guitarra que sai fogo!!!!!!
Room
Jack é um garotinho de cinco anos
que vive com sua mãe em um quarto de 10m². Eles estão presos num cativeiro para
o qual a mãe dele foi levada por seu sequestrador quando era adolescente. Jack
nasceu ali e nunca viu o lado de fora. Mas a paciência da mãe dele está se
esgotando e quando eles finalmente conseguem fugir percebem que o mundo real
pode ser tão assustador quanto o quarto.
Room é feito todo sob a
perspectiva do pequeno Jack. O filme começa como se nós estivéssemos enxergando
através dos olhos dele. Então somos apresentados ao quarto, seus “amigos”, sua
mãe e sua vida. Apesar da situação adversa, a mãe de Jack, Joy, conseguiu criar
todo um universo lúdico para seu filho, para protegê-lo da melhor maneira
possível. Quando eles finalmente saem do cativeiro, algumas coisas passam a
estar fora do alcance dela e isso a atormenta. Não consigo nem dizer qual parte
do filme é a melhor: quando eles ainda estão no quarto ou quando eles conseguem
fugir. Ambas são muito interessantes. Primeiro ver como é a vida dentro de um
cativeiro e como Joy se esforça para dar um mínimo de conforto para seu filho,
dentro das condições em que eles se encontram, ao mesmo tempo em que tenta se
manter sã. Mas o momento em que eles se encontram do lado de fora foram os que
realmente me surpreenderam.
Quer dizer, nós vemos casos como
esse o tempo todo na TV. Pessoas que viveram sob cativeiro durante muito tempo
e de repente conseguem a liberdade. Mas eu nunca tinha realmente pensado sobre
isso, sobre o que vem depois, sobre como é a vida e a readaptação depois de uma
situação dessas. E Room nos oferece isso de duas maneiras: Jack vendo o mundo
pela primeira vez e Joy tentando se reencontrar nele. Nessa segunda parte eu
fiquei um pouco incomodada com a insistência no ponto de vista de Jack porque
acaba que nós não conseguimos ter uma ideia geral do que está acontecendo, só o
que ele vê. Eu queria, por exemplo, saber mais sobre a Joy, sobre os problemas
que ela desenvolveu depois de passar por inúmeros abusos e como ela estava
lidando com isso. Mas acontece que só temos a visão de Jack que, venhamos e
convenhamos, não é a mais madura né. Mas apesar dos pesares, Room é um filme lindo e realmente
emocionante (e meio
que me fez desenvolver uma curiosidade pouco-saudável sobre vida de sobreviventes de
cativeiros).
Chegamos ao final da maratona! O meu palpite pro Oscar de
Melhor Filme é The Revenant, mas se The Martian ganhar eu não vou ficar
chateada (pra falar a verdade, só vou ficar p da vida se Bridge of Spies ou The
Big Short ganharem, o resto a gente tolera). E qual filme vocês acham que deve ganhar? Aliás, o que vocês acharam desses filmes? Alguém fazendo maratona por aí? Conta pra gente!
Até o dia da premiação eu e Natália voltamos com mais um post, aguardem!
Bônus: Vocês sabiam que a Brie Larson é cantora? Cantora mesmo, não apenas músiquinha de Scott Pilgrim, ela tem
CD gravado e tudo! Eu era MUITO fã dela nos idos de 2008/2009 e confesso que
fiquei um tanto quanto bolada quando ela meio que largou a carreira na música
pra se dedicar mais a atuar, mas hoje em dia vejo que vale a pena. A menina foi
indicada pro Oscar! Como muita gente não conhece esse passado dela, deixo aqui
uma das minhas músicas preferidas dela (e também da vida).
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