segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Across The Universe



Em Across the Universe temos uma Terra pouco saudável que descobre um meio de congelar pessoas dispostas a embarcarem numa nave (a Godspeed) para outro planeta que possa ser habitado pelos humanos. Assim, os pais de Amy (pessoas importantes para a colonização desse novo planeta), se voluntariam, mas exigem que ela vá com eles, mesmo sendo não essencial para a missão. Logo, Amy e seus pais são congelados e devem ficar assim durante mais de 300 anos até que a nave pouse.

Porém, Amy é descongelada, misteriosamente, 50 anos antes do previsto sem saber por que ou por quem. Mas esse é só o começo do problema. Logo, ela se vê correndo contra o tempo para descobrir quem foi o responsável por seu descongelamento, ao mesmo tempo em que muitos outros mistérios e segredos acerca da nave e do comportamento das pessoas a bordo vêm à tona.

Amy é encontrada por Elder, um menino de 16 anos que está sendo treinado para ser o futuro líder da nave. O livro é contado sob o ponto de vista de ambos os personagens, em capítulos alternados. Enquanto Amy se vê as voltas com o mistério que envolve o seu despertar, Elder tem muito mais com o que se preocupar, visto que é ele quem vai liderar a nave quando esta pousar.

A princípio, o livro me pareceu um tanto lento. Primeiro porque os capítulos de Amy eram narrados de seu ponto de vista semiconsciente. Ou seja, um bando de frases desconexas e nada de ação. E segundo porque eu demorei um pouco para entender o sistema que vigorava na nave, portanto os capítulos narrados por Elder me deixaram um tanto confusa.

Agora devo dizer que detestei essa Amy. Mesmo depois de acordada ela me pareceu carga não essencial, não fazia diferença alguma na história porque não conseguia resolver nada, não descobria nada etc etc. Muito pelo contrário, só ficava de mimimi e não ajudava. Não consegui sentir empatia pela garota, mesmo quando ela passou por momentos difíceis. E o relacionamento dela com os outros personagens, como Elder (mas principalmente Harley) me pareceu um tanto forçado.

Já Elder foi outra história... Ele tem muito em seu prato para um garoto de apenas 16 anos. Vivendo com um tirano (que só ele reconhecia como tal), sendo o futuro de toda uma nave e tendo milhares de pessoas dependendo dele. Sem contar que ele próprio não acreditava em seu potencial. Gostei de ver o crescimento dele no decorrer do livro, se tornando mais seguro de si mesmo e lutando para descobrir o que Eldest não lhe contava e o que estava acontecendo em Godspeed.

Mas o ponto alto do livro foram, realmente, os mistérios. O despertar de Amy é apenas a ponta do iceberg, que leva a descoberta de tudo que está errado com aquela nave. No final, um segredo vai sendo revelado atrás do outro e a história passa por inúmeras reviravoltas, de modo que a trama fica muito dinâmica (creio eu que pra compensar a leseira que são os capítulos narrados por Amy de dentro de seu congelamentzzzzzZZZZZZZzzzzzzz) e mesmo assim, ainda dá ganchos para os próximos dois livros da trilogia.

E nossa, as coisas que Beth Revis inventou são tão absurdas que me fizeram pensar até que ponto as pessoas precisam saber a verdade. E se essa verdade fizer com que eles desistam de tudo? Tudo pode ser resumido muito bem em uma frase de Eldest:

“ This ship is built on secrets, it runs on secrets.”

O final desse livro me deixou furiosa com todas as descobertas feitas, roendo as unhas pra descobrir o que aconteceria a seguir e também devastada com um dos últimos acontecimentos. Tudo isso só aumentou a minha ansiedade para ler o segundo livro!


E aí, tá esperando o que pra embarcar na Godspeed? 


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