Eu tenho uma história com If I
Stay. Eu o li pela primeira vez nos idos de 2011. O pouco que eu lembro foi que
chorei muito e fiquei tão devastada que não consegui ler a continuação, por
medo do que pudesse acontecer. Eis que descubro que um filme baseado no livro
vai estrear nos cinemas esse ano. Então eu pensei, bem chegou a hora. É agora
que eu tenho que reler o primeiro e tomar coragem pra ler o segundo. É agora ou
nunca. Dessa vez, a experiência foi
ainda mais devastadora do que da primeira. E por incrível que pareça, foi ainda
melhor.
Mia parece ter a vida perfeita.
Pais amorosos, um irmão mais novo fofo, um namorado lindo e super cool e uma
melhor amiga que está sempre lá pra ela. Ela é uma aluna razoável, mas a sua
grande paixão é a música, mais especificamente o violoncelo. Mia toca desde
criança e agora está prestes a ser aceita na Juilliard.
Num dia de neve, ela e a família
aproveitam para visitar um casal de amigos de seus pais que moram um pouco
longe. Acontece que o carro em que eles estavam é atingido por um caminhão e quando
Mia acorda ela encontra seus pais. Ambos mortos. Então ela procura por Teddy,
seu irmão, e ao ver uma mão em meio a neve, corre até ela pensando que é ele.
Acontece que ali, jaz o corpo dela, completamente machucado e meio sem vida.
Claro que é atordoante. Como se
não bastasse perder os pais de uma vez só, ela ainda se encontra fora de seu
corpo, vendo tudo que acontece a ele como se não fosse com ela. Quando a
ambulância chega para levar seu corpo, ela vai junto. No hospital, o corpo é
operado e ela assiste a tudo, meio sem entender. É só depois, quando uma
enfermeira menciona que a escolha é dela, que ela entende. O que está fazendo
ali. Porque está fora de seu corpo. E porque ainda não morreu.
Mia pode escolher. Ela fica e
vive? Ou morre e se junta a sua família?
“There are like twenty people in that waiting room right now. Some of them are related to you. Some of them are not. But we’re all your family.” She stops now. Leans over me so that the wisps of her hair tickle my face. She kisses me on the forehead. “You still have a family,” she whispers.”
Nossa, eu não consigo nem
explicar esse livro. Eu não sabia se torcia pra ela ficar ou se queria que ela
se fosse. Qualquer coisa que ela escolhesse, eu entenderia. E quando ela começa
a ter flashbacks de sua vida antes, sua família, amigos, Adam e a música, tudo
se torna muito mais difícil.
Mia não tinha a vida perfeita.
Ela se sentia “o patinho feio” da família, pois os pais eram roqueiros
assumidos (seu pai até tocava numa banda) e ela tocava violoncelo e gostava de
música clássica. Ela era quieta e série, enquanto os pais eram extrovertidos e
muito mais descolados que ela, mesmo sendo mais velhos. Até o namorado, Adam,
era diferente. Além de ser mais velho, ele tocava numa banda famosa na região
deles e as garotas praticamente faziam fila pra ficar com ele.
Através de suas memórias, Mia vai
nos mostrando todas as coisas boas de sua vida, como o jeito que conheceu Adam
e Kim, sua melhor amiga, o nascimento de seu irmão, a audição para a Juilliard,
em que ela foi com seu avô e muitas outras coisas legais e significativas. Mas
também as coisas nem tão boas assim, como as brigas com Adam e todas as vezes
que ela se sentiu uma estranha em sua própria família. É como se ela estivesse
nos dando as fichas pra que nós pudéssemos apostar: vai ou fica?
“Sometimes you make choices in life and sometimes choices make you.”
O livro é cheio de momentos
adoráveis, tanto nos flashbacks de Mia, quanto no hospital, o que só torna tudo
mais doloroso. E quotes, muitos quotes. Uma das coisas mais legais, pra mim,
foi quando ela ponderou sobre o motorista do caminhão. De acordo com sua tia,
ele não teve culpa. Estava dirigindo tranquilamente, com 0% de álcool no
sangue, quando o carro da família dela se desviou da pista e ele não pôde
evitar a batida. Por mais que isso tenha destruído a vida de Mia para sempre,
ela se pega pensando como está a vida do cara, sabe? A vida dele também mudou.
Agora ele carrega o peso da destruição de uma família em suas costas e isso não
deve ser fácil.
Outra coisa que eu gostei muito
foi o jeito que o livro mostrou a forma com que as pessoas lidam com situações
assim, de coma e morte. Alguns conversavam com ela como se ela realmente
estivesse ali (e estava), outros rezavam, outros pediam pra ela ficar, alguns
tentavam se ocupar de todas as maneiras possíveis para não se deixar abater e
por aí vai. Mia assiste a tudo isso, todas essas pessoas que se importam com
ela, mas as duas pessoas que ela realmente precisava, não estavam ali. E nunca
mais estariam.
Eu acho que If I Stay é um ótimo
livro pra fazer a gente pensar. Quando eu li pela primeira vez, do alto dos
meus 16 anos, passou despercebido. Claro, eu sofri bastante com tudo isso, mas
mais por conta do romance entre Mia e Adam swoon do que pela história em si. Agora,
com 19 anos, eu percebi tudo de uma maneira diferente. Como a vida é frágil.
Ela passa tão rápido que a gente nem percebe o quanto cada momento, cada
memória é importante. E como nós temos que tirar o máximo dela, pra que
realmente tenhamos algo pra lembrar. Mas também como a nossa vida, nossa mera
existência, afeta o mundo de uma maneira que nós nem percebemos. Não estou
falando de grandes mudanças como salvar as florestas, acabar com o buraco na
camada de ozônio, nem nada disso. Mas como nós afetamos as pessoas a nossa
volta. Como a nossa vida importa tanto pra elas quanto pra gente. Talvez até
mais. Ás vezes você faz algo no automático e nem se dá conta, mas aquilo, pode
se tornar a memória mais querida de outra pessoa, sabe? E isso é tão
assustador. Tudo isso que eu disse, pode ser resumido nessa quote da Mia:
“I realize now that dying is easy. Living is hard.”
Bom, mas como eu disse lá em cima,
o que me levou a reler o livro e tudo mais foi o filme. Quando eu fiquei
sabendo que estava pra estrear, eu decidi reler o livro antes mesmo de ver o
trailer (basicamente porque eu nem lembrava direito do que acontecia e tal).
Hoje, assim que eu acabei, eu fui ver o bendito. E meu Deus. OS
SENTIMENTOS!!!!!!!!!!
O filme vai ser estrelado pela
Chloe Moretz e Jamie Blackley, como Mia
e Adam. Quem me conhece sabe que eu não gosto da Chloe e não consigo nem olhar
pra cara dela, mas depois que eu vi o trailer.......... EU SIMPLESMENTE PRECISO
VER O FILME!!!!!!!! O Jamie também não é como eu imaginava o Adam
(principalmente porque eu o imaginava mais velho), mas depois que eu vi o
trailer pela enésima vez, até consegui me acostumar. E é bom ver um ator fora da
atual panelinha de Hollywood (lê-se Miles Teller, Ansel Elgort, Nat Wolff)
fazendo um papel de adaptação de YA.
E quanto a mim... O curioso é que
eu li If I Stay três anos atrás e não consegui ler o segundo livro. Agora, eu
resolvi que está na hora. Acontece que esse segundo livro, se passa três anos
depois da história do primeiro. E é narrado pelo Adam. Então eu acho que
realmente, esse é o momento.
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