Contos da Noite

Mágico. Absolutamente mágico. São essas as palavras que descrevem esse filme.

Neste filme, três personagens se encontram num cinema para criar histórias, baseadas em contos já existentes ou criadas por eles mesmos. São eles: uma menina, um menino e um velho chamado Téo. Eles escolhem as histórias, o figurino e o cenário e juntam tudo, criando histórias que são exibidas na tela do cinema, tendo como protagonistas a menina e o menino. Assim, eles viajam pelos continentes, encenando histórias maravilhosas, com as peculiaridades de cada região. 

A premissa do filme, por si só, já é interessante. Mas aliada a ela está a fotografia (se é que posso chamar assim, em se tratando de animação), que é o que realmente faz o filme valer a pena. Acontece que o diretor, Michel Ocelot, se valeu da técnica das sombras chinesas para compor a estética do filme. E o que são sombras chinesas? Nada mais nada menos que silhuetas escuras.

Isso ajudou a criar uma aura de mistério ao redor dos personagens, pois não se pode vê-los como realmente são, apenas seus contornos. Pra mim, isso é muito válido, pois dá asas a imaginação do expectador, que pode imaginá-los do jeito que quiser. Sem contar que os cenários são muito coloridos, o que forma uma composição visual absolutamente estonteante com as silhuetas pretas.

Porém, uma coisa que não me agradou foi o final. Eu vou contar, mas fiquem sabendo que NÃO é spoiler. O final do filme coincide com o final da última história. O que eu não gostei foi que ficamos sem saber o que acontece com o menino, a menina, Téo e o cinema. Eu esperava que após o final da história, houvesse um final do que acontece no mundo real, nem que fosse só eles saindo do cinema e indo para suas casas. Foi uma pena porque um filme tão bonito (em todos os aspectos) merecia um final melhor.

Mesmo assim, Contos da Noite vale a pena ser assistido, recomendo!

PS: um dos motivos pra eu ter gostado tanto é que o filme me lembrou de um programa que eu assistia quando era criança sobre contos africanos, pois ele usava essa mesma técnica.